couchsurfing.com
A idéia de uma rede mundial, pela qual seria possível espalhar a paz através do conhecimento de culturas diferentes, abrindo-se as portas das casas das pessoas, não é de hoje. Na verdade, é uma idéia que surgiu em 1949, um pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial, com a criação da rede Serva (hoje Servas Open Doors) por Bob Leitweiter, um americano que buscava criar um mundo melhor após os horrores observados durante os anos de conflito. Seu ideal foi crescendo ano após ano e ficou conhecido como hospitality exchange, nome em inglês para algo como “compartilhamento de hospitalidade”. Hoje o número de redes com o mesmo intuito também cresce, assim como o número de pessoas que são adeptas a essas. Para quem procura esse tipo de serviço é fundamental ter alguns ideais na cabeça, como querer ajudar a mudar o mundo espalhando tolerância cultural através das diversas experiências de “intercâmbio”, o que deixa de ser apenas uma oportunidade para viajar o mundo gastando pouco e passa a ser uma grande experiência de vida.
Dentre as redes mais conhecidas atualmente, há o CouchSurfing, que é a maior delas e que numa tradução literal significa “surfando no sofá” - gíria americana para acomodação improvisada na casa de alguém. A rede, criada em 2004 e inspirada na experiência de vida do programador de computadores de Boston, Casey Fenton (que foi para a Islândia sem ter onde ficar, mas depois de mandar alguns e-mails conseguiu arranjar um “sofá amigo”), segue os princípios básicos das outras redes de hospitality exchange. O participante da rede deve ter a mente aberta para vivenciar experiências diferentes e também para conhecer novos grupos de pessoas, que podem ser do mesmo país ou de várias partes do mundo, proporcionando um conhecimento de novas culturas, parecidas ou não com a sua.
Participar da comunidade é bastante simples por ser um serviço oferecido pela internet, grande responsável por espalhar ainda mais essa idéia, e por ser de graça. Para se registrar, a pessoa deve fornecer algumas informações para o site, como: nome, endereço, identidade, número do passaporte, etc. Continuando o cadastro, após as informações iniciais, pode-se optar por escolher entre as seguintes opções: fornecer um sofá amigo para a outra pessoa (ou seja, dar a oportunidade para alguém passar a noite - ou noites - em sua casa para que, convivendo com você, ela conheça um pouco de como é a vida de um habitante daquela determinada região do globo); uma saída para um café, ou passeio na região (oportunidades que não obrigam a pessoa a oferecer acomodação, mas possibilita encontros com novas pessoas, conversas sobre assuntos diferenciados e ainda o conhecimento de lugares que guias de turismo geralmente não relatam, mas que fazem parte de dia-a-dia dos moradores locais).
Terminada essa primeira fase na criação de um perfil, o indivíduo pode iniciar a busca por outra pessoa que ofereça uma dessas opções em um determinado lugar – se é que aquele deseja viajar através do CouchSurfing – ou ele pode esperar receber um comunicado do site informando que alguém gostaria de encontrá-lo em sua cidade. A ressalva feita pelo site é a de que ninguém é obrigado a nada, ou seja, ninguém é obrigado a oferecer sua casa seja para quem for, assim como não tem obrigação de, uma vez que recebe pessoas na sua casa, ir à casa de outros.
Ainda que a idéia da rede seja extremamente interessante e forte, uma questão ainda impede que muitos participem: a segurança. Pode haver desconfiança ao receber um completo estranho nos próprios lares, ou mesmo ao irem à casa de um desconhecido. De acordo com o site e o co-fundador do CouchSurfing, o americano Dan Hoffer, existe segurança no programa, sendo muito improvável que alguém queira participar de tal projeto com más intenções. Há um método de qualificação da segurança de cada pessoa que cria um perfil na página do CouchSurfing: depois que é feito o cadastro, para um perfil se tornar “seguro” na rede, seu dono deve pagar uma taxa de cerca de US$13,00 para que se faça uma verificação da real existência da pessoa, assim como a confirmação de seu nome, endereço, telefone, etc. Os moderadores da rede fornecem, também, uma imagem em cada perfil, a qual determina se tais confirmações já foram ou não realizadas; assim, durante uma busca por perfis seguros, é possível distinguir quais os são. Depois das confirmações, ainda é recomendado verificar, na hora do encontro, os documentos do indivíduo, para confirmar se a pessoa é realmente quem diz ser. Além das recomendações formais, ainda se fala em verificar a quantidade de amigos que o dono do perfil tem, (a comunidade acaba, neste ponto, parecendo um Orkut, Facebook ou My Space) e os testemunhos deixados por aqueles que conhecem o indivíduo.
O CouchSurfing não é a única rede a oferecer esse tipo de serviço. Atualmente, o número de site que proporciona esse tipo de troca cultural é grande, entre eles: Hospitality Club, BeWelcome, e o Servas Open Doors, a rede mais antiga de todas, a qual nasceu em 1949, época em que não existia internet, fax e as redes telefônicas ainda eram precárias. Esta rede se diferencia um pouco das demais por, entre outros motivos, ser paga e por ser obrigatória a escolha do indivíduo entre ser um hóspede ou oferecer sua casa.
Por Elisa Penido e Juliana Mader.
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